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A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

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Sensualidade sem bolas

Tiago Moreira Ramalho, 09.08.10

Haverá poucas torturas mais perversas que ouvir senhoras a falar de futebol. Uma senhora, ou rapariga, a falar de futebol é uma machadada que me dão no preconceito. O futebol é reles, suado, asneirento, sujo. As senhoras são delicadas, graciosas, cheirosas. Quando, no meio de rapazes, surge uma beldade dizendo «o Sporting é que é!» e começa a entoar cânticos e a dar pulinhos, fico com vontade de me kantizar e passar a viver exclusivamente para a biblioteca.

Haverá várias motivações para esta deriva das fêmeas do meu tempo. Podemos afirmar que a tendência radica numa espécie de indiferenciação dos géneros que domina a geração. É a igualdade a assumir patamares esteticamente desagradáveis. Podemos também afirmar que, pontualmente, tal coisa se deve à tentativa de a fêmea conquistar um macho mais rudimentar. E não nos esqueçamos da eterna motivação pela emancipação, motivação louvável, é certo, mas que leva muita senhorita a fazer palermice grossa.

Independentemente dos motivos, uma coisa é certa: há pouca sensualidade numa senhora que fala em «foras de jogo» e em «penalties»; que insulta o árbitro e levanta o dedo para o treinador; que bebe uma cervejola enquanto abre as pernas e curva as costas de frente para a televisão. Há uma música portuguesa, daquelas boas, que diz que não se pode amar quem não gosta da mesma canção. Enfim, senhoras, se querem o meu amor, nunca usem a expressão «onze inicial» numa conversa comigo.

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