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A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

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Priscila Rêgo, 06.12.10

... ou o Daniel Oliveira está mesmo a admitir que o salário mínimo causa desemprego?

 

Atenção: eu até acho que há bons argumentos a favor do salário mínimo. Mas o moralista parece-me ser dos mais fraquinhos.

 

P.S.- Eu já vivi com 500 euros por mês. Felizmente, o "ponto final" do Daniel não se aplicou a mim.

6 comentários

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    Miguel Madeira 07.12.2010

    "É por dois motivos: i) Consegue mais barato e ii) o benefício que obtém é inferior a 15 euros à hora. Passa-se o mesmo com as empresas."

    Acho que deveria ser um "ou"; esse ponto é importante - se for "e", uma lei estabelecendo um salário mínimo para empregados de limpeza faria automaticamente que o DO deixasse de contratar alguém para fazer a limpeza; se for "ou", não necessariamente (e nesse caso esse salário mínimo beneficiaria realmente quem faz a limpeza na caso do DO)
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    Eduardo 07.12.2010

    Tem toda a razão Miguel. Vamos ver se o DO repara.
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    jo 07.12.2010

    Se a lei permitir pagar o que quero posso arranjar crianças para limparem a casa em troco de comida e dormida.
    Falar de empregadas de dormir lembra algumas coisas que estão esquecidas, por exemplo o regime das "sopeiras" que existiam em Lisboa no meio do séc. XX.
    Era assim com as criadas de servir dos anos 50:
    Início da idade activa 6 anos - (o usual era ser por volta dos 15 16 anos)
    Reforma: no casamento ou então nunca (sempre não remunerada)
    Remuneração - comida e dormida mais uns trocos
    Folgas: a tarde de domingo desde que o jantar desse dia ficasse orientado.
    Despedimento na hora.
    Férias não havia
    Segurança social não havia
    Assédio sexual - não era universal mas era muitíssimo frequente (se se queixassem iam para a rua - se se queixassem muito levavam tareia da polícia)
    Ainda são vivas pessoas que trabalharam sobre este regime.
    Talvez fosse bom não o recordar com saudade e lembrarmo-nos da razão de ser da protecção ao emprego e ao salário justo.
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    Eduardo 07.12.2010

    Só não estou a ver o que é que essa história das sopeiras tem a ver com o salário mínimo, mas o problema é meu de certeza.
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    jo 09.12.2010

    Peço desculpa. Segui o exemplo dado de empregadas de limpeza que não é meu (pareceu-me que quem o deu estava a pensar em sopeiras).
    Quanto à possibilidade de arranjar crianças ou jovens para trabalharem como criadas de graça ou por um valor simbólico já existe hoje, felizmente é ilegal.
    Sendo um ignorante em economia socorro-me por vezes da memória. Já houve um tempo em Portugal em que não existia ordenado mínimo. Não conduziu a um aumento do emprego, coincidiu com um aumento da imigração para países que tinham ordenado mínimo.
    Talvez não se lembre ou nunca lhe tenham contado mas as condições laborais provocadas pela liberalização das regras de contratação eram infernais.
    Existe um terceiro modo de calcular o valor do trabalho é imaginar quanto pediríamos para o fazermos.
    Pense bem: quanto cobraria à hora para limpar sanitas? É melhor do que as pessoas que limpam sanitas? Se o que marca a aceitação de um valor para o trabalho é a livre negociação porque é que alguém faz um trabalho destes por tão pouco?
    O que pretendo dizer é que se descermos indefinidamente o valor pago pelo trabalho estaremos a sair do limiar da decência.
    Portugal apostou anos a fio na sua mão de obra barata como alavanca para o desenvolvimento e nunca se conseguiu desenvolver.
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