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A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

Comentário artístico-musical-cultural

Tiago Moreira Ramalho, 30.04.10

Sem grande vontade de comentar o habitual, dei por mim a hesitar entre o comentário artístico-musical-cultural sobre Lady Gaga e o comentário artístico-musical-cultural sobre Justin Bieber. Porque não sou pessoa de pensar muito, decidi comentar artístico-musical-culturalmente ambos. Para deixar tudo desde já esclarecido, declaro ao leitor que de todas as coisas de que não percebo no mundo, a música é a que percebo menos. Sei que existem cantores, alguns vivos, e sei que oiço músicas, algumas mortas. Mais do que isso, não me perguntem. De qualquer modo, e porque isto é um blogue pouco sério, reservo-me o direito de comentar a Lady e o Delfim.

A primeira, uma vacalhona, perdoe-se-me o julgamento sumário, consegue concentrar, em cerca de quinze decímetros cúbicos, tudo aquilo que o comum mortal despreza: é feia como o raio, magra que dá cuidados e mexe-se de uma maneira que dificilmente rivaliza com os idosos do Lar Anos Dourados. A voz não comento, porque de gadgets não sei nada.

O segundo, uma criança que ainda nem deve ter entrado na puberdade mas que já foi alvo de lutas entre a elite musical do mundo que é o nosso – isto é como quem diz: entre o Usher e o Timberlake – parece que se esfrangalha todo – apesar dos gadgets – cada vez que diz baby – e ele diz baby muitas vezes.

Pessoalmente, e até porque padeço de condições mentais sobre as quais me escuso a escrever aqui, considero que poderíamos ter um bonito featuring entre os dois. O pequeno Bieber gosta muito de get alongar com moçoilas mais idosas – isto é, com treze anos – nos seus videoclipes e a Senhora de Gaga aprecia muito todo o género de javardice, por isso, não entendo como é que ainda não houve um poderoso videoclipe com muitos movimentos tcha-nan, um ou outro massacre fingido e t-shirts rosa choque. Factos inexplicáveis, estes.

Griechenland

Bruno Vieira Amaral, 30.04.10

Aquela ideia de vender ilhas à Alemanha era francamente idiota. Quando querem territórios estrangeiros, os alemães não têm o hábito de os comprar.

O ataque dos mercados

Tiago Moreira Ramalho, 30.04.10

Hoje, e à semelhança de uns ministros analfabetos, todos falam em «ataque dos mercados». Nós, portugueses, temos de resistir ao «ataque dos mercados». Até a comunicação social fala em «ataque dos mercados». Meus caros, não há «ataque» nenhum. A culpa é toda nossa, enquanto colectivo. E enquanto não assumirmos isso muito claramente, e continuarmos a atirar as culpas para os «mercados» que «conspiram» contra nós, bem que podem os líderes dos principais partidos fazer «encontros», que isto não melhora. Aliás, se  isto mudar, se nada se fizer, só mudará para pior.

Silêncio

Bruno Vieira Amaral, 27.04.10

Depois, fazem as perguntas - parece-me - com uma sanha persecutória que transparece e que fica mal à cordialidade e à isenção que um deputado deve ter nas suas intervenções públicas.

 

Assisti, durante alguns minutos, ao espectáculo televisivo da comissão parlamentar de inquérito. Foi vergonhoso. Mota Amaral ainda tentou moderar os deputados do Bloco e do PCP, mas sem açaimes ou tranquilizantes a tarefa era quase impossível. Aquilo não serve rigorosamente para nada. Ficamos a conhecer mais alguns cromos e vemos o indisfarçável prazer que sentem a enxovalhar os inquiridos. E é tudo. Estes deputados deveriam ter vergonha por nos obrigarem a aplaudir o silêncio de uma figura como Rui Pedro Soares e a lamentar que eles próprios não lhe sigam o exemplo.

Isto não é um jogo de computador

Tiago Moreira Ramalho, 27.04.10

É, ou pelo menos deveria ser, chocante ver que, frente ao abismo que é termos 25% de probabilidade de falência enquanto Estado, as governantas da pátria continuam, em vez de dizer abertamente aos portugueses o que é preciso sem meias-palavras, a fazer os seus joguinhos. José Sócrates, que mete uma moedinha todos os dias ao seu santinho das crises internacionais que lhe valeu uma saída à inglesa das embrulhadas em que anda metido, nem aparece. Teixeira dos Santos, pensando-se político, tenta envolver os outros partidos em algo que é estruturalmente um problema dele e das suas decisões.

O caso é de simples compreensão: ou bem que as excelências que marcam os assentos de S. Bento com os doutos rabiosques tratam de assumir de uma vez por todas que estamos mesmo muito mal, ou corremos o sério risco de entrar em equilíbrio das Contas Públicas à força. E aí, bem que podem os camionistas, os maquinistas e os vendedores de bicicletas fazer as greves que quiserem que não haverá nada para ninguém.

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