Ironias e cansaços
É de uma ironia deliciosa que João Gonçalves, the one, aponte a qualquer outra pessoa que tenha a felicidade ou a infelicidade de pisar esta terra, o defeito de se julgar mais inteligente do que aquilo que na realidade é. É tão deliciosa a ironia quanto cansativas as picadas insistentes a quem, como eu, nunca fez nada para as receber. É a essência de João Gonçalves, que, de tão vincada e perturbadoramente imutável, deverá certamente ter precedido a existência (who knows?). Quanto ao resto, João, é simplesmente desinteressante discutir contigo. Lês o que queres ler e, quando assim é, vale pouco a pena. Mesmo quando o objecto é um simples título que não tinha ambições de fazer escola, mas simplesmente notar o quão perturbado parece o discurso citado – como parece, e não negamos a possibilidade de ser propositado, toda a restante carta. Continua a fazer, como fazes insistente e quase metodicamente, pouco dos outros, que na realidade estás apenas a fazer pouco de ti próprio.