Somos o Chile
Pedro Lains diz que não somos a Grécia: somos o Chile. Uma economia tradicional a ser gerida de acordo com ideias importadas à última da hora de um sítio distante e remoto. E eu concordo. Gaspar, de facto, mais parece um friedmaniac dos anos 80 do que o tipo europeu que costumamos (nós, europeus - e, nós, latinos, especialmente) deixar conduzir as finanças públicas. Não é assim que se faz as coisas por cá. Pelo menos, não foi assim que nos habituámos a fazê-las.
Mas notem que a crítica é substancialmente diferente daquela que se generalizou ao longo das últimas semanas: criticar o modo (e os modos) do programa e não a sua eficácia. Porque se a questão é a eficácia, o Chile, que em 1980 tinha um rendimento de 10% mais baixo que a média latino-americana, e em 2010 estava no pelotão da frente (mais 50% que a média), acaba por ser um exemplo inspirador. Ok, crescimento não é tudo. Mas para quem pensa que isto vai ser um poço sem fundo, deve ser mais do que uma mera consolação.