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A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

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Somos o Chile

Priscila Rêgo, 19.10.11

Pedro Lains diz que não somos a Grécia: somos o Chile.  Uma economia tradicional a ser gerida de acordo com ideias importadas à última da hora de um sítio distante e remoto. E eu concordo. Gaspar, de facto, mais parece um friedmaniac dos anos 80 do que o tipo europeu que costumamos (nós, europeus - e, nós, latinos, especialmente) deixar conduzir as finanças públicas. Não é assim que se faz as coisas por cá. Pelo menos, não foi assim que nos habituámos a fazê-las.

 

Mas notem que a crítica é substancialmente diferente daquela que se generalizou ao longo das últimas semanas: criticar o modo (e os modos) do programa e não a sua eficácia. Porque se a questão é a eficácia, o Chile, que em 1980 tinha um rendimento de 10% mais baixo que a média latino-americana, e em 2010 estava no pelotão da frente (mais 50% que a média), acaba por ser um exemplo inspirador. Ok, crescimento não é tudo. Mas para quem pensa que isto vai ser um poço sem fundo, deve ser mais do que uma mera consolação. 

 

4 comentários

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    Anónimo 20.10.2011

    Até aos anos 2000 o valor do cobre na realidade desceu em relação aos anos 80. Para além de mais, a exportação de matérias primas é uma característica comum a um vasto países da America Latina. Vários indicadores de liberalismo destacam o Chile na América Latina (ex economic freedom index). O Chile é um dos países mais ricos no seu continente.
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    Luís Lavoura 20.10.2011

    Até aos anos 2000 o valor do cobre na realidade desceu

    Pois, até aos anos 2000 a performance económica do Chile não se terá destacado assim muito da de outros países da região. A Priscila referiu o Chile de 2010 - mas em 2010 a economia chilena está anormalmente (digamos assim) melhorada pelo alto preço do cobre.

    a exportação de matérias primas é uma característica comum a um vasto países da America Latina

    Sim, mas poucos países têm uma matéria prima que se tenha valorizado tanto como o cobre e que tenha tanta preponderância relativa na economia nacional.

    O Chile é um dos países mais ricos no seu continente.

    Isso foi o que a Priscila disse, e eu concordo. O que se debate aqui é se essa riqueza relativa se deve às políticas económicas seguidas pelo Chile ou meramente à riqueza do Chile em cobre. A minha impressão é que se deve mais ao cobre do que às políticas económicas.

    A título de comparação, podemos falar do Canadá, que até 2000 estava muito atrás dos EUA em performance económica mas que hoje em dia supera largamente os EUA devido ao alto preço do petróleo. A política económica do Canadá não se alterou, a alta do preço do petróleo (e a descoberta de novas fontes de petróleo) é que fez a diferença.
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    Anónimo 20.10.2011

    O Chile destacou-se dos restantes países da América Latina não pela evolução do preço das matérias primas. Como disse a exportação de matérias primas é comum a vários países nesse continente. O que realmente destacou o Chile foi o facto deste país ter resistido particularmente bem à crise financeira de meados dos anos 90 e inícios dos anos 2000. E de certeza que as suas políticas de inflação estável, despesa pública contida terão ajudado. Lembro que a Argentina ainda teve um fenómeno de hiperinflação no final dos anos 80 (e inflação relativamente elevada desde então) e o Brazil 2 fenómenos, o último dos quais já nos anos 90. Todos países com enorme peso de commodities nas suas exportações, cuja evolução dos preços foi claramente favorável.
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