Saloios
A imprensa noticiou hoje que a consolidação orçamental do primeiro trimestre foi conseguida às custas de cortes verdadeiramente draconianos. A GNR foi aconselhada a trocar auto-estradas por estradas nacionais, algumas escolas estão a apagar as luzes eléctricas enquanto há luz solar e já há rumores de serviços que são incentivados a ter atenção às torneiras mal fechadas, para poupar água. A opinião indígena escandalizou-se. E com razão - isto é uma prova da nossa pobreza. Da nossa pobreza intelectual.
Poupar água, electricidade, combustível e portagens não devia ser motivo de escárnio ou humor negro. É o dia-a-dia do português médio e de qualquer família minimamente conscienciosa. Medidas de cautela e precaução de que o nosso Estado só se lembrou quando chegou a bancarrota. E nós, alarves, que fazemos? Rimos, pois claro. Temos o que merecemos.
Um dia vamos olhar com espanto para estes dias. Veremos que não ficámos pobres de um dia para o outro. Simplesmente vivemos durante demasiado tempo na ilusão de que éramos ricos.