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A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

A Douta Ignorância

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Limitações

Tiago Moreira Ramalho, 06.07.11

Uma vez ouvi o Professor João Salgueiro, um dos que têm algum interesse na vetusta instituição que recentemente mudou de nome para Nova School of Business and Economics, dizer que teve pouquíssimos problemas quando foi ministro das Finanças. A razão era simples e quase envergonha quem não a pode alegar: todo o Conselho de Ministros sabia que ele não teria particular prurido em bater com a porta. Esta independência dos ministros chave de um governo é condição fundamental para que o governo possa, no meio da prometida incompetência, contar com alguns sucessos.

Claro que uma equipa de gente livre é um obstáculo à liderança. José Sócrates era o belíssimo exemplo de uma nulidade técnica à frente de uma equipa que não bateria com a porta. Tanto não bateria, que ninguém bateu. E aqui nos temos prostrados perante credores que nos consideram mero lixo. Felizmente, hoje, um conjunto de ministros pode sem a menor das dificuldades bater com a porta. Ministros chave, como o das Finanças, da Economia, da Educação ou da Saúde não precisam do cargo ministerial para absolutamente nada e, calhando, estariam melhor sem ele (Paulo Macedo abdica de trinta e cinco mil euros todos os meses para ser ministro). Mesmo que Passos Coelho seja uma alforreca da governação, a equipa que lidera saberá impor-se e impor aquilo que são, à partida, propostas esclarecidas. Aprendemos que todos ganhamos com a limitação do poder do chefe há mais de duzentos anos. Hoje estamos a experimentar a novidade cá na praia.

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