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A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

A Douta Ignorância

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O país improvável

Tiago Moreira Ramalho, 14.08.11

Orgulhamo-nos de forma por vezes exacerbada da simples existência do país em que vivemos. Alegra-nos isto de ter fronteiras naqueles sítios específicos onde as temos e tudo isso. No entanto, apesar de quase mil anos de História, não posso evitar dizer que este é, mais do que tudo, um país improvável. Para a generalidade das pessoas, isto não tem muita relevância, mas este país, em cerca de cento e cinquenta anos, cinquenta dos quais foram passados em ditadura, faliu uma vez e teve de ser auxiliado pelo estrangeiro três outras vezes. Isto vai muito além da história de não nos sabermos governar. Não sabemos viver. Há um qualquer complexo hedonista nesta praia que nos força a viver sem pensar em sustentar essa vida. Hoje, mais uma vez, estamos à beira da falência e a gente que aqui anda, vive e vota consegue, com dedos sérios, escrever que os impostos não devem aumentar, que a despesa não deve reduzir, que assim não vamos crescer. Foi precisamente por ninguém se ter preocupado com o crescimento no passado que chegámos a isto. E se não foi na bonança que crescemos, não vai ser agora. Portanto a solução, agrade ou não, é simplesmente pagar. Ou isso, ou provar a impossibilidade da pátria que tanto orgulho gera.

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