Somos todos de classe média
Lembram-se deste texto épico de Fernanda Câncio: «a maioria das pessoas da chamada “classe média” tem pelo menos umas horitas de “empregada” por semana. É talvez, digamos, a definição de classe média: ter uma/um empregada/o para “puxar as orelhas à casa”» (aqui)?
Até teve direito a resposta de Luís Aguiar-Conraria: «metade dos trabalhadores a tempo inteiro com salário completo recebe menos do que €735 (e não estamos a falar de salários líquidos). Cerca de 70% dos trabalhadores recebe menos de €1000. Não vejo como pode este trabalhador médio dar-se aos “luxos” descritos por Fernanda Câncio.»
Pois bem, vejam o resultado deste recente estudo argentino:
Uma possível explicação: «The authors suggest that this misperception may be related to the types of people respondents interact with, and therefore use as a reference point. If you’re mostly exposed to people earning about as much as you, you’re likely to think your earnings are average.» (daqui)