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A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

A Douta Ignorância

Política, Economia, Literatura, Ciência, Actualidade

Deixem-nos estar como estão [2]

Tiago Moreira Ramalho, 16.11.11

A diminuição de feriados civis, sejam ou não importantes (o grau de importância é invariavelmente subjectivo, mas ainda há quem queira objectividade nisto), potencia um outro problema além das perdas de eficiência. O facto é que muitos dos custos da austeridade estão a ser suportados por uma ideia de esforço colectivo, de imperativo nacional, de patriotismo pobretanas. Erodir símbolos nacionais como são alguns feriados ou diminuir reconhecimentos públicos como aquele que é feito no Dia do Trabalhador são acções que constituem incentivos perversos. Se o colectivo julga descartáveis as suas auto-celebrações, então outras coisas poderão ser relegadas para segundo plano, como por exemplo honrar compromissos externos. E isto não está nos modelos económicos simples. Está na irmã marreca da Economia: a Sociologia.

5 comentários

  • Também não me choca que os transformem em dias de férias. Mas o argumento dos feriados religiosos é perigoso. Porquê a Páscoa? Porquê o Natal? Se é à Igreja que cabe a promoção de celebrações religiosas banais, não deverá caber à Igreja a promoção das suas maiores celebrações: o nascimento e ressurreição de Cristo?
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    João Saro 17.11.2011

    O Natal é o mais óbvio porque ultrapassa sempre a esfera religiosa, mesmo que parte de um ritual religioso. Cristãos ou não, o Natal é socialmente aceite. A Páscoa em boa parte do país também o é...

    A linha entre o que deve ser ou não feriado não é objectiva, mas parecem-me razoáveis este permanecerem. Agora 8 de Dezembro e aquele de Junho? Nem muitos católicos praticantes sabem o que é. Qual o seu sentido?

    Tal como o Carnaval que para boa parte da população é um feriado "de facto", embora não seja oficial, assim tem sentido que seja o Natal, por exemplo.
  • Continua sem dar uma resposta clara à questão: se devemos por princípio deixar celebrações religiosas com a Igreja, por que raio havemos de manter como feriados nacionais as suas duas maiores celebrações? Porque são aceites? Faça lá feriados judeus ou islâmicos a ver se alguém se faz rogado...
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    João Saro 17.11.2011

    Não é uma questão de igreja, é mais uma questão social e cultural. São datas celebradas por uma grande parte da população e esse penso que deva ser o propósito principal de um feriado (embora haja alguns um bocado mais à força).

    Por exemplo, qual o sentido do 1 de Janeiro como feriado? Deve-se também a uma celebração da mudança do ano, é apenas algo cultural.

    O que acho mal é haver feriados porque é uma data importante para uma determinada religião. Se essa mesma data for celebrada por grande parte da população faz sentido sim.

    Mas, como disse já anteriormente, as escolhas são algo subjectivas.
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