Penitencio-me
Votei no actual primeiro-ministro não por antroponímia mas porque, como muitos outros, acreditei que a recuperação económica passaria por mais realismo e menos prepotência. Até pensei que talvez houvesse uma diferença substancial entre Silva Pereira e Relvas; a haver diferença, será na teia ainda pouco tecida pelo primeiro.
Quis crer que a inexperiência de Passos Coelho, comparada com os já muitos anos de governante de Sócrates, tenderia a reduzir o clientelismo e o poder dos lóbis. Não me passou pela cabeça que o Jorge Coelho do PSD, e braço direito de Passos (ou será Passos o braço direito de Relvas?), se tornasse ministro das privatizações e da regulação. Depois de tantos casos de abafamento mediático com Sócrates, a era Passos não seria um déjà vu. Pelo menos não nove meses depois.