Escrever torto em linhas direitas
Escreve o Tiago Barbosa Ribeiro, num facebook perto de si, a seguinte pérola do neomarxismo:
Se Bruxelas impuser o fim da 'golden share', só existe uma solução: reforçar a presença accionista do Estado nas empresas estratégicas. A ideia que o Estado deve retirar-se de toda a actividade económica é um absurdo consenso liberal que não salvaguarda os interesses do país. As 'golden share' foram a solução nos programas de privatizações. Se deixarem de existir, o Estado tem de recuperar o controlo por outra via. Contra o pensamento único, em nome do interesse geral.
Dissequemos. Se o inimigo comum, Bruxelas, que noutros tempos tinha outros nomes, se puser com ditames, resta-nos a revolução. E o que é a revolução? Enfim, ao contrário do que se passava antes, a revolução é um simples retrocesso a um modelo que já se provou errado, um modelo de corrupção. Um modelo de poder sem limites aplicado, como agora, discricionariamente. Um modelo em que o poder tem muito para se preocupar além do romântico bem comum. Um modelo, para resumir, que de democrático tem muito pouco, e de racional também, que dar ao ladrão a ocasião é simples estupidez.
Se isto é a juventude socialista, se este é o pensamento de um dos mais bem colocados jovens socialistas portugueses, então estremeçamos, camaradas, que se chegámos a isto, bem podemos temer o que aí vem.