Holismo
Rui Ramos diria que, não fosse o sucesso tangencial dos bolcheviques - depois esticado com recurso ao chicote -, o comunismo não seria hoje muito mais do que um abrigo para o pó dos arquivos bibliotecários. E que, do mesmo modo, não fosse o nazismo (cuja sorte poderia perfeitamente ter sido o lixo da História, como documenta Henry Ashby Turner em Hitler: Thirty Days to Power) não falaríamos hoje do fascismo como fenómeno de massas do entre e pós-guerras. Duvido. O que diz Jorge Luís Borges sobre o solipsismo digo eu sobre o holismo: que "é inevitável logicamente"; não "porque ninguém pode acreditar nele" e porque "os seus argumentos não admitem refutação", mas porque "os seus argumentos não admitem refutação", sendo por isso mesmo que é possível "acreditar nele".